Dia dos Professores: um diálogo reflexivo

Aos 15 anos, escolhi estudar as diversas maneiras de ensinar as crianças, e no magistério, conheci as profundezas das leis, documentos, diretrizes, territórios, literaturas e nos estágios supervisionadas nas Escolas, reconhecia a vida e o movimento, que por vezes também tinha a função de contrariar as teorias estudadas. Aos 17 anos, à noite, já havia me matriculado no curso de educação física, no sonho em ser professora da Educação Básica da rede pública e privada de ensino, enquanto terminava o magistério em período integral. Em 2004, iniciava a minha trajetória docente, na rede pública e privada, conectando tantos sonhos e necessidades. Os meus sonhos sempre estavam relacionados a como desenvolver as melhores experiências para que meus alunos pudessem descobrir que o conhecimento deveria fazer parte de uma história de vida para realização pessoal e profissional. Pelo movimento, eu conseguia explorar as representações culturais e corporais, as manifestações artísticas e emocionais, e num coletivo, a gente se construía nas diversas oportunidades de ressignificar os jogos, lutas, ginásticas, brincadeiras, esportes em alegria.Fui dos bebês na natação, as crianças e adolescentes na Educação, aos  90 anos nas aulas de ginástica para a terceira idade: experiências que me preencheram de amor, respeito as GENTES,  compreensões, estudos e muita pesquisa.

Desde o dia que escolhi ser professora, há mais de 20 anos, lembro todos os dias que a minha atuação está ligada a transformação, e que para tanto, é necessário estar atenta as congruências que navegam na Educação: o valor da docência para uma sociedade, o respeito as infâncias e as adolescências e a Escola como Instituição, sempre estiveram em pauta e determinavam períodos, escolhas e a minha atuação em sala de aula/quadra/pátio/jardim. Ou seja, a gente escolhe a profissão, mas, é preciso que a sociedade como um todo, também esteja atenta a como respeitar e valorizar a profissão docente. O trabalho por amor, parece um tanto poético, para uma profissão que estrutura uma sociedade e  que precisa ser valorizada nas condições de trabalho, nos diálogos com familiares e nos salários estupidamente menorizados.

Enquanto conduzirmos a docência a um convite a devoção: “A tia da Escola”, licenciada, especialista, mestre, que corre para se atualizar, que planeja as melhores aulas, e que acredita num ideal de sociedade, nunca será valorizada e vista como importante e necessária. Portanto, no dia das Professoras, eu desejo uma sociedade mais crítica e reflexiva em relação a nossa importância. E que quando os “filhos do pátria amada” estiverem sob nossas responsabilidades, que um grande coletivo se apresente, respeite, reverencie e honre aquela em que partilha do compromisso pelo desenvolvimento dos conhecimentos, da ética, dos sentimentos e emoções e do futuro.A gente adora os presentes, mas, o RESPEITO , observado no salário, nas condições de trabalho, na qualidade dos materiais, equipamentos, horários de repouso, formação continua