Temos ciência que a nossa formação é iniciada nos primeiros momentos de vida. Vamos aprendendo porque precisamos sobreviver, depois reproduzindo os exemplos, reconhecendo padrões, signos, símbolos, condutas e comportamentos que se modificam conforme o ambiente e os sujeitos. Mais adiante, surge a Escola em nossa jornada, que de forma sistemática vai nos guiando para aprendizagens mais aprofundadas, complexas e que cumprem uma série de ordenações curriculares na intencionalidade de nos tornarmos livres ( pelo menos, essa é a missão verdadeira. Correto?)
Na Escola, aprendemos a nos relacionar, a interagir, a compreender os diversos papeis da sociedade, as relações com o conhecimento, com o mundo, com o trabalho e o mais importante: com as pessoas. Quanto mais degraus vamos subindo, mais competências vamos desenvolvendo, mais compreensões, conexões e profundidade. O que se espera é que com autonomia e autoria, a história da nossa vida, passe a ser contada sob o nosso olhar.
Infelizmente essa jornada não segue um caminho tão linear em nosso pais, para além das vulnerabilidades sociais já vivenciadas na primeira infância, a Educação Básica ainda não garante a liberdade dos estudantes, ou seja, ainda não estabelece uma conexão com os projetos de vida, com o mundo do trabalho, com a livre expressão na cidadania e não fornece aprendizagens e coragens para o prosseguimento nos estudos. Temos visto que países que possuem politicas públicas potentes na Educação, também expressam impacto em sua sustentabilidade criativa, econômica e social, bem como os investimentos tecnologias, inovação e pesquisa são revertidos em forma de riqueza patrimonial: o conhecimento. Com este cenário, compreendo que é necessário que a sociedade civil brasileira salve seus filhos e filhas. Entendo que precisamos forçar a participação pública/politica em mais debates, investimentos e discussões que culminem em compartilhamento de responsabilidades, mas também compreendo que é preciso rever as oportunidades para que as juventudes não saiam do Ensino Médio sem perspectivas, coragem e sem mãos estendidas e portas abertas para o futuro. É preciso investir em parcerias do setor privado, abrir as portas das universidades, relativizar mensalidades, programas de apoio e recomposições de aprendizagem.
É preciso recorrer a formações continuadas que contextualizadas e atualizadas possam impactar e acelerar o ingresso no mundo do trabalho. É preciso reconhecer que a jornada pela aprendizagem precisa ser vista como um direito de todas e todos e não apenas de alguns que não dependem do setor público.
Eu, sonho por um dia em que a jornada seja equacionada, que a equidade prevaleça, e que as oportunidades expressem em realização de vida: da primeira infância para a Escola, da Escola para as universidades, das universidades para especializações e que a verdadeira aprendizagem ao longo da vida, seja reverenciada em nosso pais.